Petar- O espetacular Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira
Em 2011, tive a oportunidade de conhecer um dos lugares mais lindos que já visitei. De natureza exuberante e de muita adrenalina, Petar fica localizado entre os estados de São Paulo e Curitiba e oferece muitas belezas naturais! Bora despachar a bagagem nessa aventura comigo?
O Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) é um do mais antigos de São Paulo e é considerado uma das Unidades de Conservação mais importantes do mundo. Não à toa, é classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
O início da aventura
Fui para o Petar em 2011 em uma visita técnica com a minha universidade e ainda antes de sair para o destino a aventura já começava rs.
Isso porque, o motorista da van havia cancelado a viagem algumas horas antes. Ou seja, estávamos todos em frente da universidade, com malas e nada do motorista aparecer. Foi então que nosso professor de biologia resolveu assumir a direção e lá fomos nós com a fé e coragem.
E quando digo coragem, não é exagero, pois a estrada até o Petar é cheia de curvas sinuosas e super perigosas. A serra possui ruas estreitas e com pouca sinalização. Para se ter uma noção, para percorrer 40 Km, levamos em média 1 hora.
Dica da Dre: Se você é uma pessoa que costuma enjoar em curvas, leve algo para evitá-lo.
Como chegar no Petar?
O Petar fica localizado entre os municípios de Iporanga e Apiaí a 340 km de São Paulo e a 185 km de Curitiba. Para quem vem de São Paulo, existem duas opções, são: seguindo pela Rodovia Régis Bittencourt e outra, pela Castelo Branco.
Para quem vem de Curitiba, é possível chegar por Jacupiranga, Barra do Turvo ou Ribeira.
A melhor forma de ir até o Petar, sem dúvida, é de carro. Desse forma, o visitante consegue aproveitar todos o núcleos do Petar.
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Onde ficar no Petar?
Ao chegarmos no Petar, logo fomos conhecer nosso alojamento para deixar nossos pertences e seguir para o jantar.
Dica da Dre: Ficamos na Pousada da Diva, que é considerada o “berço da espeleologia no Brasil”. Não à toa, que ela é ponto de referência para quem pretende conhecer o Petar, afinal, são mais de 45 anos na região.
A pousada é muito aconchegante, mas o destaque fica para a comida. Sem dúvida, é o ponto forte da hospedagem. Lembro que fiquei impressionada com o sabor da refeição.
O alojamento disponibiliza apartamentos para casal e coletivo. Ficamos em um quarto para 12 pessoas e dividimos um banheiro feminino.
No caso desta pousada, foi necessário levar pertences de higiene pessoal como toalha, sabonete e etc, além de cobertores.
Dica da Dre: Pelo amor de Deus gente, levem coberta, mas não façam como eu, que levou uma cobertinha fina, pois faz muito frio. Uma das vezes que mais passei frio na vida, foi no Petar, nunca esqueço, tanto é que na noite seguinte, tive que dormir com uma amiga para dividir a coberta dela. Rs
A pousada também oferece uma base da agência de passeios, Parque Aventuras, que aliás, foi a que nos auxiliou durante os dias no Petar.
Para quem gosta de conforto, não é uma boa opção
Embora, tenha amado a comida da Pousada da Diva, confesso que para pessoas que presam pelo conforto, existem opções melhores e por conseguinte, mais caras, como o Glamping Mangarito, bastante famoso na região.
A saber, no Petar é muito importante a localização da hospedagem, pois facilitará sua exploração nos núcleos que ficam em diferentes regiões do parque.
O local mais indicado para hospedagem é no Bairro da Serra, onde o acesso para os principais núcleos é mais fácil.
Os valores de hospedagem variam de R$50,00 a R$300,00 aproximadamente e a maioria oferece café da manhã, janta e lanches.
Após jantarmos na primeira noite, desbravamos a cidade de Iporanga. Visitamos uma lojinha que vendia souvenirs e experimentamos a bebida típica do Petar chamada leite de onça rs, confesso que não me lembro bem o que tinha nessa bebida, apenas que tinha álcool no meio.
No dia seguinte fomos conhecer algumas cavernas do Petar.
Mas, o que realmente é o Petar?
Muitas pessoas ainda tem dúvidas do que realmente é o Petar e o que tem para fazer no parque.
O Petar, possui cerca de 35 mil hectares de Mata Atlântica preservada e desde da década de 90, tornou-se um local de esportes de aventura como espeleoturismo (exploração de cavernas), rapel, boia cross, cascading, bike, assim como ecoturismo e fotografias.
Bom, o Petar, como dito anteriormente, é uma Unidade de Conservação que possui mais de 300 cavernas catalogadas, além de vales, montanhas, rios e cachoeiras.
A saber, o parque é dividido em 4 núcleos começando pelo Santana, seguindo pelo Ouro Grosso e posteriormente Casa de Pedras. Esses três estão localizados em Iporanga. Além disso, tem o Caboclos, que fica em Apiaí.
Entre esses 4 núcleos, somente 12 cavernas são abertas a visitação, sendo que no Núcleo Casa de Pedra, funciona somente a trilha até a entrada de uma gruta que possui 250 metros de altura. Contudo, não é permitido a entrada nessa gruta.
Nossa turma não teve oportunidade de visitar esse último núcleo que é classificado como o mais difícil em relação aos outros.
A saber, cada caverna é diferente da outra e seus acessos variam. Isto é, algumas são de trilha fácil como a de Santana, Morro Preto, Couto, Ouro Grosso e Alambari de Baixo, enquanto, outras precisam de trilhas, algumas mais tranquilas como a Água Suja e Cafezal e outras mais puxadas como a Teminina e a Casa de Pedra.
Importante: Todas as visitas são realizadas com acompanhamento de um monitor. No Petar não é possível praticar nenhuma atividade sem a presença de um guia credenciado.
Por ser uma Unidade de Conservação, os acessos as cavernas são controlados, afim de proteger o rico patrimônio.
Conhecendo o Núcleo Santana
Iniciamos nossa aventura pelo núcleo que possui os acessos mais fáceis. Por isso, esse é o núcleo mais visitado, onde estão umas das principais carvenas como a Caverna da Santana, Caverna do Morro Preto e Caverna da Água Suja, bem como as cahoeiras das Andorinhas e Couto.
O Núcleo Santana é o mais turístico dentre os 4, pois, é o mais preparado para o turista com construções como pontes e corrimões de madeiras encontrados nas trilhas e cavernas para facilitar a locomoção do turista.
Mirante Santana
Enquanto fazíamos a trilha para chegar na Caverna Santana, paramos no Mirante do Santana, que proporciona uma vista espetacular da região.
Caverna Santana
Nossa primeira caverna foi a Santana, que é a mais estruturada de todas as outras do Petar.
Ela possui 8km de extensão, e percorremos 800 metros dela. O mais impressionante são as formações estalactites e estalagmites, realmente de tirar o fôlego.
O destaque desta caverna fica para o buraco que parece um porta retrato.
O nível da caverna é considerado fácil e a visitação dura em torno de 2 horas.
Caverna da Água Suja
Visitamos também a Caverna Água Suja, onde é possível acessar atravessando a Trilha do Rio Betari. Ela é uma caverna gigantesca que possui grandes salões e é cortada por um rio.
A caminhada dentro desta caverna é um pouco mais complicada do que a de Santana, pois é necessário atravessar um rio.
O destaque certamente fica para a cachoeira dentro da caverna, que já aviso é imensamente gelada, mas que vale muito a pena.
Dica da Dre: Levem roupas leves para fazer as trilhas e entrar nas cavernas como legging, e se possível, tênis propício para molhar. Eu fui de calça jeans e tive muita dificuldade de locomoção por causa do peso da calça, sem contar o frio que passei.
Outras cavernas e atrativos no Núcleo Santana: Piscina Natural do Betari, Caverna do Cafezal, Cachoeira das Andorinhas, Cachoeira do Betarizinho, Caverna do Couto e Caverna do Morro Preto.
Núcleo Caboclos
O Núcleo Caboclos é isolado dos outros 3. As cavernas desse núcleo são: a Caverna da Teminina, Desmoronada e as do Complexo Aranhas / Chapéu e somente a da Teminina e as do Complexo Aranhas estão abertas para visitação.
O acesso para as cavernas nesse núcleo são mais difíceis e as trilhas são um pouco mais fechadas.
Diferentemente do Núcleo de Santana, esse fica em Apiaí.
A caverna mais procurada desse núcleo é a Teminina que precisa de pelo menos 4 horas para visitação, por isso, não conseguimos conhece-lá.
Mas conhecemos as 4 cavernas do Complexo Aranhas / Chapéu, são: Caverna Chapéu Mirim ,Caverna Chapéu Mirim II e Caverna Aranhas.
Elas possuem nível fácil/médio e existem alguns trajetos mais desafiadores. Nós passamos por exemplo, por uma fenda com cerca de 1 m de espaço, extremamente apertada. Pra mim que sou pequena foi moleza rs.
O destaque fica para o Opilião, que é um animal da classe dos aracnídeos, mas são inofensivos.
Dica da Dre: Não recomendo essas cavernas para quem tem claustrofobia ou aracnofobia, pois esse bichinhos, apesar de inofensivos, ficam praticamente do seu lado nas passagens mais estreitas das cavernas.
Núcleo Casa de Pedra:
O Núcleo Casa de Pedra é o menos visitado. Isso porque, seu nível de preparação é alto, ou seja, não é muito fácil de chegar.
O grande destaque fica para a Caverna Casa de Pedra, que possui 215 metros de altura. No entanto, é permitido somente a visita até o pórtico dela.
Núcleo Ouro Grosso
O Núcleo Ouro Grosso, possui trilhas e cavernas de nível médio, e também fica em Iporanga.
Nós não tivemos a oportunidade de visitar as cavernas desse núcleo, mas fizemos o boia cross, localizado no núcleo. Entre as cavernas estão: Caverna do Ouro Grosso e Caverna do Alambari de Baixo.
E o que mais tem para fazer no Petar?
No Núcleo Ouro Grosso, aproveitamos para fazer o boia cross, onde você deita em uma boia, feita com câmera de caminhão e desce pela correnteza do rio.
Apesar de aparentemente fácil, eu levei vários caldos até pegar o jeito. Realmente é pura adrenalina.
Além disso, tem rapel, ecoturismo, e etc. Para saber todas as atividades disponíveis clique aqui.
Quanto custa para entrar no Petar?
Para entrar no Petar é necessário pagar R$15,00 por pessoa e por cada vez que entrar e em todos os locais a visitação só é permitida em grupos de até oito pessoas. O valor do guia é de R$150,00.
As pousadas costumam fechar pacotes que incluem guias. Além disso, na cidade existem várias agências de turismo. Clique aqui para mais informações.
O valor dos passeios varia de acordo com os lugares e os equipamentos fornecidos.
A alimentação no Petar geralmente é inclusa no valor da hospedagem.
Para visitar o Petar é necessário levar alguns utensílios:
- Toalha
- Sapato leve e confortável (Obrigatório)
- Calça leve e confortável (Obrigatório)
- Camiseta leve, confortável e com manga (Obrigatório)
- Roupa de banho
- Protetor solar
- Repelente
- Óculos de sol
- Câmera fotográfica
- Lanterna
- Mochila pequena
- Roupas extras
- Lanches.
Qual a melhor época para visitar o Petar?
De preferência em dia de semana e fora de períodos de férias escolares. De abril a novembro, são épocas propícias, pois é quando as chuvas diminuem.
Conclusão
Valeu muito a pena ter conhedico o Petar, não só pela beleza indiscutível, mas também pela peculariedade das cavernas, que dificilmente é possível encontrar em outro lugar do Brasil.
Além disso, é o destino perfeito tanto para quem procura contato com a natureza de uma maneira mais contemplativa, como para quem busca a conexão com a natureza de uma maneira mais aventureira!
E você, conhece o Petar? Como foi sua experiência?
Veja também: Um dia no Hotel Fazenda Parque dos Sonhos
Ecoturismo x Turismo de aventura: Qual a diferença?
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Adorei o seu post, bem completo, sobre o PETAR. Um lugar encantador, só não sei se teria coragem de explorar certas grutas. Já visitei umas aqui em Portugal, mas essa foto parece levar a visita a outro nível. Não foi claustrofóbico?
Oi Ruthia, que bom que gostou! Realmente tem cavernas que possuem um nível mais elevado. Essa da foto era nível fácil, por exemplo, na Caverna da Santana, mas e eu só passei pelo buraco, porque os guias são muito confiáveis e incentivadores rs! Um abraço!
Adorei conhecer sobre o Petar no seu post. Nunca tinha lido sobre ele. Na verdade, sequer o conhecia! Um lugar incrível para quem gosta de ecoturismo. Só fiquei com medo de ter um pouco de agonia nas cavernas. Pelas fotos algumas me pareceram apertadas.
Oi Lulu, que bom que gostou! Realmente em algumas cavernas tem locais bem apertados, para quem tem claustrofobia é bom comunicar os guias antes! Um abraço!
Pingback: Ouro Preto: Uma cidade repleta de história - Bagagem Despachada
Sou apaixonada pelo PETAR. É uma experiência e tanto dar um pulo lá. Entrar na caverna da Água Suja foi uma superação de medos sem igual.
Nossa Thaís, é bem isso mesmo, o Petar além de ser lindo, ajuda você a superar vários desafios!
Sou doida para conhecer o Petar, deve ser muito incrível esse parque. Adorei o post.
Olá Ana! Eu fiquei encantada com o Petar! Obrigada! Abraços!
Que lugar incrível! Descobrimos o Petar em 2016 e ainda não tivemos tempo de conhecê-lo pessoalmente. Quem sabe depois que a pandemia passar e for seguro explorar o Brasil de novo?
Gostei dessa parte da hidrotrilha, mas como você disse, acho que sentiria muito frio depois. Talvez ir com uma calça que vire bermuda seja melhor, né? Assim tiramos a parte de baixo e depois colocamos ela, quando estivermos na parte seca da caminhada. E para os pés, uma sandália própria pra trekking seja uma boa opção para não ficar com o calçado encharcado.
No mais, gostei mto das sugestões. Vou salvar para consultar futuramente.
Abraços!
Oi Gisele, tudo bem? Poxa, é uma honra ter sua contribuição aqui no blog, sou fã do Viajei Bonito e já acompanho um bom tempo! Olha, quando tiver oportunidade vá sim ao Petar, eu pretendo voltar porque realmente é um lugar rico! Em relação a ir de calça, eu concordo com você, ir com uma calça que vire bermuda seria o ideal! Eu fui com o pior tipo de vestimenta possível rs, mas mesmo assim deu pra aproveitar! Muito obrigada pela contribuição! Um forte abraço!
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Excelente post! To querendo muito ir.. vai ajudar no meu roteiro!
Oi Felipe! Que bom que gostou! É um lugar realmente incrível! Abraços!
É um passeio inesquecível. Amo o Petar!
Olá André! Concordo com você! O Petar é inesquecível! Abraços!
tenho um sitio proximo ao Petar, Ribeira divisa com Adrianopolis, la tem 2 cavernas imensas, estou vendendo, pra quem consta de explorar, eu já entrei mas não me aprofundei muito, meu whats 119 53630459 Fábio